SINAIS


























Navalho minha carne
sem dor
empunho a lâmina em aço
fixo-me nos seus traços
faço caminhos
e caretas
não tremo
não falo
estou velho
espumo
e no reflexo
do espelho
me vejo
não acostumo
sou
mais menino
estou
mais limpo
e não satisfeito
com o ato
de tortura e corte
lavo minha
cara lisa
entre tapinhas e gritos
quase me mijo
como se fosse a morte
com o ardor da colônia
forte
Putz! Tenho que fazer a barba
que já não é negra
nem branca
mescla o passado e o futuro
assim é a natureza.

2 comentários:

Mente Hiperativa disse...

Um simples ato cotidiano transformado em um belo poema. Demais!

Mente Hiperativa disse...

Eu jamais poderia fazê-lo, nem barba eu tenho kkkkkk